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Diversidade Religiosa

Por Bianca Lee

As diferenças de crenças se cruzam na cidade de São Paulo 

“São Paulo é a mistura de todas as nações com os mais diferentes costumes, hábitos e religiões”, comenta Mayra, protestante. 462 anos de memórias. Histórias de rir e chorar. Momentos únicos para a evolução e revolução do estado de São Paulo. Cristianismo, evangelismo, budismo, islamismo, ateísmo e tantos outros fizeram parte dos melhores e piores momentos da cidade. Um diferente do outro. Móurmon diferente do judeu, cristão diferente do ateu. Evangélico diferente do monge, monge diferente das infinidades de religiões.

A cidade de São Paulo é um espaço onde as diferenças se cruzam. Todos os dias, na Av. Paulista os cidadãos se reúnem, acidentalmente, para celebrar a miscigenação religiosa. Cada indivíduo que passa por ali crê em alguma coisa, qualquer coisa que seja. Talvez num estilo de vida, numa religião ou em nada. “Não existe uma receita para a felicidade. Se a religião faz a pessoa feliz, então, eu acho válido”, opina Pádua, o jovem ateu, sobre o assunto.

A diversidade está em todos os lugares, todas as esquinas. Está em uma roda de amigos, no campo de trabalho e, geralmente, no almoço de família. Mas o que há de importante nas diferenças? A aceitação para um bom convívio social entre os religiosos. O encaixe de todas as religiões no mesmo espaço é a forma mais límpida de acolhimento coletivo do povo, refutando a inclusão de um indivíduo na sociedade.

No entanto, a intolerância religiosa ainda está muito presente. Tolerar outras religiões parece não ser tão fácil em alguns casos. Por isso, é fundamental ser ensinado a respeitar as diferenças. “Eu tolero a intolerância [religiosa], pois respeito a forma de cada um pensar”, diz Deva, monge. Ninguém deve interferir na crença do outro, cada ser é único na natureza.

A liberdade religiosa é um modo de encontrar uma maneira para se expressar de forma livre, sem apedrejamento. É assegurado para os religiosos reivindicar seus direitos ou por em prática o que acredita. “São Paulo é uma cidade cosmopolita, agrega povos de todos os lugares, mas ainda acho que é cristã”, afirma Berlezzi, o cristão. Mas para que isso aconteça, a sociedade deve ser ainda mais aberta às diferenças. 

“Saber respeitar o diferente, porque se a gente é ensinada a amar o próximo, temos que amar independente do que a pessoa acredita ou não”, serenamente expressa Marina. A diversidade e a modernidade pede isso. Conviver com pessoas desconhecidas, o tempo todo, já é aceitar a diversificação. Cada um com seu modo de pensar, de viver e, felizmente, isso é fundamental. Se as pessoas fossem todas iguais, qual seria a surpresa, qual seria o novo que desencadearia a felicidade?

O preconceito religioso precisa ser extinguido o quanto antes. Há pessoas com a visão mais liberal, mas ainda existe preconceito, até mesmo dos que são liberais. “Quando me perguntam qual é a minha religião e eu falo que sou espírita, as pessoas têm um olhar diferente, passam aquele ar de que faço maldade”, comenta Natasha. Passa despercebido, muitas vezes, porque a sociedade foi culturalmente ensinada a ser assim. Porém, é preciso mudar, a modernidade chegou e ela pede a mudança. Afinal, no final, todos têm o mesmo fim aqui na terra.

A diversidade religiosa, a intolerância e a liberdade devem ser sempre questionadas. Ensinar que os direitos da cidadania são para todos. A vida é uma escola. Estar aberto para outros pensamentos é adquirir experiências, é encontrar no diverso um novo aprendizado de coisas boas e ruins, também.

O ponto é. A diversidade está presente, cada um buscando a felicidade em algo maior, divino. Pessoas com suas qualidades e defeitos. Com visões distintas. No entanto, no final, todas se unem por um mesmo motivo: pregar o amor ao próximo. Acreditar no amor que é demonstrado por alguém ou algo que a pessoa crê e levar como filosofia de vida.

Se as diferenças causam estranhamento, então, por que todos buscam o mesmo objetivo, encontrar um sentido na vida? A verdade é que todos querem buscar a felicidade e o amor pleno. Por isso, São Paulo tem a cara de todas os povos. São Paulo não tem uma única identidade definida. Mas uma ação definida, a busca pela felicidade.

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