top of page

O parque do Ibirapuera e sua diversidade

Por André Riveira

Pessoas vão ao parque para se divertir e aproveitar o dia, cada um de sua forma.

O parque do Ibirapuera é cheio de gente nos finais de semana, e todo o tipo e estilo de pessoa. Roqueiro, metaleiros, gamers, esportistas, ricos e pobres. Com amigos ou sozinhos, tudo para encontrar a calmaria em algum lugar que dificilmente se consegue durante a semana, que é a paz no meio da correria que existe em São Paulo.

Com o céu azul, poucas nuvens nele e o sol brincando de esconde-esconde entre os pedaços brancos que parecem mais algodão doce de parque de diversões. Guilherme Cruz de 22 anos e é vendedor de intercâmbios revela o prazer em estar no parque: “É muito bom passar um tempo aqui, é cheio de árvores e curto demais o ambiente para relaxar a cabeça e fazer exercícios”. Diferentemente do que usa no dia a dia, terno e gravata, estava vestindo bermuda preta e estava sem camiseta para conseguir se refrescar do calor de trinta graus.

Já que o espaço é aberto e público, ele é livre também para se libertar. Alguns grupos de pessoas se reúnem para conversar tranquilamente, sem que haja julgamento. A confirmação disso vem por um grupo de jovens metaleiros. É possível escutar a música tocada por eles de longe. Com um amplificador médio conectado em uma bateria pequena, mas suficiente apenas para ligar essa caixa de som, o estilo musical era ouvido. Ao chegar mais perto acabaram por diminuir o volume.

Um menino com o cabelo comprido e alisado usava roupas pretas e um pouco cortadas, parecia ser típico do grupo, pois os outros também tinham essas semelhanças. Tiago Zellik tem vinte e dois anos e é estudante de publicidade e propaganda, contou um pouco sobre sua história desde que se tornou um membro desse grupo, criado junto com outros colegas. Começou na escola, mais precisamente no colegial. Quando escutava muito as músicas do Megadeth, Iron Maiden e Led Zeppelin, para ficar nas mais conhecidas em uma longa lista passada. Juntou com algumas pessoas que conheceu nas redes sociais e acabou fazendo amizade.

Zellik aproveitou o momento e, chateado, desabafou sobre algumas vezes que acabou sofrendo ofensas, tanto na escola, como em outros lugares nas ruas da cidade, mas nada passou de xingamentos e acabou não avançando para a violência física. “As pessoas não aguentam ver o diferente, mas quando eu estou com meu grupo, quem nos critica acaba se tornando o diferente”.

Em outro lugar do parque, perto das quadras de tênis, conversei com um esportista que pratica a modalidade durante os finais de semana. Maurício Polato tem 40 anos e é designer. Com seu boné branco e preto, escondia o sol dos olhos para não atrapalhar durante a partida. Deixou claro que só joga no parque porque as quadras de tênis que tem para alugar são muito caras. Aproveitou e deixou uma dica “Se quiser jogar tênis aqui no parque tem que vir bem cedinho, porque quanto mais tarde mais cheio e fica difícil para conseguir jogar”.

Andando mais para frente, uma multidão de pessoas. No auge da febre de pokemon Go, o aplicativo que se remete a um anime infantil dos anos dois mil, fez milhares de pessoas saírem de casa. O parque é um dos lugares mais famosos para reunir os amigos e jogarem juntos. No meio de uma das concentrações tinha outro designer, Cléber Andrade de 28 anos. Com calça jeans e o celular na mão, reconhece que é muita idade para jogar algo tão infantil, mas que, por estar na boca do povo e alguns amigos também estarem na ativa com o aplicativo, resolveu se envolver e entrar na brincadeira também. “O parque é muito bom para caçar pokemon, é legal ver tanta gente conversando com tantas diferenças, mas juntas nos lugares com o mesmo objetivo”.

O parque do Ibirapuera recebe todos os tipos de pessoa que se imagina. É um grande poço de diversidade. Cada um com sua história e com seus motivos, mas, como disse o caçador acima, todos tem o mesmo objetivo, esquecer o dia a dia e aproveitar os momentos de lazer com os amigos, se divertindo e curtindo seus gostos pessoais, são livres para serem quem são, sem que haja nenhum tipo de repressão.

© 2023 by Name of Site. Proudly created with Wix.com

bottom of page